Este artigo discute e identifica os bloqueios institucionais e hegemônicos históricos, centrais e periféricos, da experiência da Comissão de Planejamento Econômico organizada a partir de 1955 no governo baiano de Antonio Balbino. Busca, de um lado, rediscutir o papel do Estado como um ente demiúrgico de uma ordem social competitiva e, de outro, questionar a visão do atraso regional e periférico como produto de uma inércia cultural, ou resultado da forma específica de acumulação que tenha como componente intrínseco formas não-tipicamente capitalista de produção e seu conseqüente espelho institucional. O bloqueio à expansão da poliarquia na periferia é, à moda polanyiana, produto de um constrangimento político e normativo do governo central, no qual têm tido papel indispensável as elites intelectuais da periferia, como que renovando a revolução passiva brasileira.

This article discusses and identifies the historical institutional and hegemonic, as well as the main and peripheral hindrances to the experience of the Economical Planning Commission organized from 1955 on by the government of Antonio Balbino, in the state of Bahia. It aims at depthning the discussion on the role of the State as a demiurgic entity of a competitive social order and, in the other hand, it proposes questioning the idea of the regional and peripheral disadvantagens as a consequence of the cultural inertia or as a result of the specifical way of accumulation that might have as an intrinsical element systems of production that are not tipically capitalist and its corresponding institution image. The hindrance to the polyarchic expansion in the periphery is - following the Polanyi's line - a product of a political and normative impeachments created by the central government in which there has always been the fundamental participation of the intelectual elites of these areas who act as reneweres of the Brazilian passive revolution.